sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Livro do Artista (1/2) por Rony Bellinho


"livro de artista" Artur Barrio

O Livro  do Artista remete-nos a um primeiro momento, cujo sentido traz à luz uma ideia: a de re"re-significação".
O artista, no caso específico de seu ambiente do fazer inventivo, apropria-se do objeto, livro, e o dimensiona plásticamente, estéticamente, e, por fim: retira-o de seu tradicional lugar-comum em que tal objeto se encontra no mundo.

O livro, como objeto existente, imediatiza-se por cumprir-se como um signo de referência instantânea de utilidade; presença de significado e intenção tão notórias quanto seria um garfo, que de pronto nos dá a razão de sua serventia: trazer o alimento à boca.

Re-Significar. A partir deste eixo-móvel podemos sugerir, aqui, algumas argumentações em torno. Re-Significar, assim nós percebemos, indica-nos que o objeto-livro (pelo efeito artística agora implicativo na apropriação), atinge um novo ato à sua forma de existência; bem como à sua forma contida no objeto, o artista (agora) estipulará, vê-lo como objeto de sua autoria, sujeito à engenhosidade que o agente proporcione onde expresse a modificação do conceito presentificada então como "obra".

Ao artista (agente desta modificação) caberá fazer incidir, atuar sobre o objeto escolhido na apropriação, elaborando o trajeto de etapas "in progress" que o objeto requer; até culminar, já como um "livro-obra", como "produto de uma possibilidade extra", predispondo-o já no reino extendido da aparição,  acionar(em sendo obra), poéticas - que foram envolvidas, e que se manifestam à (s) leitura/s que se faça(m) à sua exposição.
Sob o signo da criação, o artista ( e unicamente ele), acionará o seu dispositivo sobre algo tão elementar, dando-lhe um novo estado, propondo uma nova identidade, uma inédita forma de "existir" agora como um objeto; componente orbital no universo da arte.


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