sexta-feira, 13 de maio de 2011

MAGMA - BATAVO 1/2 (por Rony Bellinho)

Epígrafe: "L' arte è universale e dirompante
è como em colpo di pistola che squarcia il buio e spezza il silenzio"
(Tano Festa)

O contágio inicial com a obra de Willem de Kooning, lembro, foi por intermédio de algum registro esparso daquilo que mais notoriamente didático se possa obter; rápido flash históricamente pedagógico: obra-movimento-data.

Seria, no caso, algo que apenas documentaria, ali, sua época mais "vitalista", corresponde à extensa fase-WOMAN (a mais identificante), ou a simbólica obra EXCAVATION, ambas representando sua "assinatura-autoria" mais instantânea.

Foi quando de minha visita ao Berinjela (sebo de renome no RJ), encontrei - e tão logo comprei - uma espécie de coletânea síntese, edição norte-americana, simples, mas de feitio editorial com extremo rigor.

Tal publicação apresentava um Kooning paripasso, do momento iniciante, com fortes componentes de resoluções acadêmicas, interpassando também por etapas que o artista ultrapassava, a desenvolver sua própria iconografia, até chegar em suas obras de recorte mais consagrador.

Aqueles fatores que, em princípio, se indentificavam com a minha ideia de uma pintura menos contemplativa, idealizada a partir do elemento mais demolidor em Picasso, o transtorno audacioso da forma, bem como aquilo que o expressionismo alemão distorcia à figuração, estariam, a meu ver, verticalizados à proposta pictórica de Kooning. Isto, portanto, atuaria, sobremaneira, ao meu desejo de a partir de então, estudá-lo, ratificando a ideia de ultrapassagem ou melhor, aquilo que E. Panofsky aponta como: "a camada primária de sentidos". Ratificavam-se também a admiração e o convívio, intensificados ao longo deste percurso de aprofundamento quanto à sua obra. Ciente destas forças atuando combinadas, já devidamente ciente de sua estatura biográfica (ante ao relevo de auge que sua figura proporciona no itinerário da arte produzida nos EUA a partir da década de 40) , já podia admiti-lo como um artista-sinalizador.
Tornar-se-ia então (para mim) a representação da densidade contundente do cast de auras vertiginosas, aquelas que alimentaram-se de espirais voluntariosas e, finalizando, em eruptiva plasticidade.
Kooning somaria-se à restituição de um paroxismo ante à calculada incontibilidade da cor, seu impactante instante "in presentia", nostálgica de seus amarelos; como a estabelecer o étimo espiritual de uma, chamemos assim, lírica da fúria destes.

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